Monteiro afirmou que o governo brasileiro pretende iniciar as trocas de ofertas até o fim deste ano, para concluí-las em 2017
“O acordo entre Mercosul e União Europeia é uma agenda prioritária
para o Brasil”. A afirmação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Armando Monteiro. Segundo o ministro, o Brasil está
reposicionando sua política comercial. “Lançamos o Plano Nacional de
Exportações, que tem como um dos principais objetivos inserir o país na rede
internacional de acordos comerciais e de investimentos. Consideramos que a
principal iniciativa reside na conclusão do acordo Mercosul e a União Europeia.
Para o Brasil, essa é uma agenda prioritária”, disse.
Há 15 anos, o Mercosul vem negociando com os países do bloco europeu o desenvolvimento
de um acordo para ampliar as relações comerciais, abrangendo não apenas
questões tarifárias, como também padronização de regulamentos que facilitem a
produção integrada. Monteiro afirmou que há neste momento uma nova dinâmica no
cenário dos acordos comerciais, e que por isso o acordo entre Mercosul e União
Europeia é fundamental para fortalecer a posição dos dois blocos no comércio
mundial.
Em agosto deste ano, em reunião com Dilma Roussef, empresários brasileiros e a
chanceler alemã Angela Merkel, Monteiro havia afirmado que o acordo comercial
entre o Mercosul e a União Europeia dependiam primordialmente do Brasil e da
Alemanha. “Temos que reconhecer a importância da Alemanha e o iminente acordo –
ou pelo menos o início da troca de ofertas – com a União Europeia”.
Monteiro afirmou ainda que o governo brasileiro pretende iniciar as trocas de
ofertas até o fim deste ano, para concluí-las em 2017. Segundo ele, a oferta é
plenamente compatível com os compromissos assumidos pelos chefes de Estado na
Cúpula Mercosul-União Europeia de 2010 e comprova o propósito de melhorar os
termos apresentados em 2004.
A proposta deverá abranger quase 90% de todo o universo de bens do comércio
exterior, industriais ou não, incluindo também serviços e compras governamentais.
“Só se faz um acordo nessa perspectiva de liberalização comercial se a oferta
incluir um grau de cobertura com um número expressivo de bens”, explicou.
Acrescentando que o acordo é uma oportunidade para o melhor posicionamento
estratégico dos dois blocos, diante dos novos desafios. “Não podemos perder a
oportunidade de avançar nessa agenda. Nesse sentido, é crucial que as empresas
brasileiras e as europeias e as câmaras de comércio possam também se engajar
nesse processo”, finalizou o ministro com um alerta. “Quem ficar na falsa zona
de conforto está condenado a perder posições e morrer”.
Fonte: Portal Guia Marítimo