Aproximadamente
sete mil Analistas-Tributários da Receita Federal de todo país estarão de
braços cruzados nesta terça, quarta-feira e quinta-feira, dias 10, 11 e 12 de
abril, numa greve de 72 horas contra o descumprimento do acordo salarial da
categoria assinado em 23 de março de 2016; contra as ações que podem
inviabilizar o funcionamento da Receita Federal do Brasil, afetando diretamente
a Administração Tributária e Aduaneira; e contra as medidas que afrontam
direitos dos servidores públicos de forma geral.
Durante a greve, não serão realizados
diversos serviços, como atendimento aos contribuintes; emissão de certidões
negativas e de regularidade; restituição e compensação; inscrições e alterações
cadastrais; regularização de débitos e pendências; orientação aos
contribuintes; parcelamento de débitos; revisões de declarações; análise de
processos de cobrança; atendimentos a demandas e respostas a ofícios de outros
órgãos, entre outras atividades.
Nas unidades aduaneiras, os
Analistas-Tributários também não atuarão na Zona Primária (portos, aeroportos e
postos de fronteira), nos serviços das alfândegas e inspetorias, como despachos
de exportação, verificação de mercadorias, trânsito aduaneiro, embarque de
suprimentos, operações especiais de vigilância e repressão, verificação física
de bagagens, entre outros.
Segundo o presidente do Sindireceita,
Geraldo Seixas, a ampliação da greve para três dias em todo o país, além de ser
um protesto contra o inexplicável descumprimento do acordo salarial assinado
com a categoria há mais de dois anos, com a não regulamentação do Bônus de
Eficiência, instrumento amparado no cumprimento de metas de eficiência
institucional, é uma medida contra as ações que podem inviabilizar o
funcionamento da Receita Federal do Brasil, como falta de definição em relação
às progressões/promoções dos Analistas-Tributários.
Seixas explica ainda que a greve foi
deflagrada em protesto às medidas que afrontam direitos dos servidores públicos
de forma geral, desestruturando todo o serviço público, como os programas de
demissão voluntária, a suspensão dos concursos públicos, os cortes no çamento
de ministérios, órgãos de Estados, autarquias e fundações. Medidas que já
impactam o atendimento que é oferecido à população, em especial àqueles que
mais precisam dos serviços públicos.
Especificamente em relação ao salário, até
hoje não foi cumprido o acordo assinado em março de 2016 com os
Analistas-Tributários – acordo esse, que, inclusive, já tem lei vigente e farto
amparo técnico. Segundo o presidente do Sindireceita, tal atitude coloca em
risco o aperfeiçoamento das atividades da Receita Federal do Brasil, em
especial a arrecadação, a fiscalização tributária, o combate ao contrabando e
descaminho, o atendimento dos contribuintes e o julgamento de processos
administrativos de natureza tributária e aduaneira.
O representante sindical ressaltou também
que o papel da Receita Federal nos desafios que envolvem a segurança pública do
País é fundamental nesse momento em que o Brasil vive a intervenção na segurança
pública do Rio de Janeiro. Seixas enfatiza que a drástica redução da presença
fiscal da Receita Federal nos plantões aduaneiros, estabelecida pela Portaria
nº 310, para os principais portos, aeroportos e postos de fronteira do Brasil,
enfraquecerá as ações de combate ao contrabando, ao descaminho e ao tráfico de
drogas nessas localidades que são fundamentais para o enfrentamento de crimes e
estratégicas para o controle do comércio internacional.
O presidente do Sindireceita destaca ainda
que, em meio à crise fiscal, a eficiência da Receita Federal na arrecadação, na
fiscalização, no controle aduaneiro e no combate à sonegação tornam-se ainda
mais relevantes. “Se o desrespeito com a Receita Federal do Brasil perdurar e
permanecer esse estado de indefinição e instabilidade, teremos uma
desestruturação do órgão que é responsável pela Administração Tributária
Federal, enfraquecendo assim a arrecadação federal”, frisa Geraldo Seixas.
Fonte: Site do SINDIRECEITA
Nota Servimex: a Greve dos Analistas Tributários de RFB,
prejudicam diretamente as remoções de cargas para os Portos Secos, bem como o
andamento dos processos administrativos e o atendimento nas Alfândegas, de uma
forma geral.