Dos dias 24 a 26 de abril, cerca de 7
mil Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (RFB) paralisarão suas
atividades em todo o país, em greve nacional pelo cumprimento integral do
acordo salarial da categoria, assinado há mais de dois anos. O movimento
paredista dos servidores do cargo exige que o governo federal regulamente, por
meio de decreto do Poder Executivo, o Bônus de Eficiência e Produtividade da
Carreira Tributária e Aduaneira. A gratificação foi aprovada em lei no ano
passado e é um importante instrumento amparado no cumprimento de metas de
eficiência institucional da Receita Federal.
O presidente do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal
do Brasil (Sindireceita), Geraldo Seixas, esclarece que as premissas da
gratificação já foram amplamente discutidas pelos ministérios envolvidos na
negociação salarial, pelo Fisco e pelo Congresso Nacional. Mesmo após todo o
debate sobre o tema, destaca o líder sindical, a Casa Civil analisa, há mais de
um mês, os termos do decreto para regulamentação do Bônus de Eficiência.
“Aguardamos a edição do decreto que regulamentará o Bônus de Eficiência desde o
dia 11 de julho de 2017, quando foi sancionada a Lei nº 13.464, que
reestruturou a remuneração dos servidores da Carreira Tributária e Aduaneira e
criou a gratificação. A Casa Civil analisa, há mais de um mês, os termos do
decreto. A morosidade em todo este processo demonstra não apenas um enorme
desrespeito para com os servidores do Fisco, mas, também, o descaso do governo
para com a Receita Federal, órgão responsável pela Administração Tributária e
Aduaneira do País”, avalia Geraldo Seixas.
A postura do governo federal, segundo Seixas, não deixou outra opção para os
Analistas-Tributários, senão a realização de greves até o cumprimento integral
do acordo salarial da categoria. Neste ano, servidores do cargo têm realizado
greves semanais desde o mês de março, como forma de protesto contra a
inexplicável demora para a regulamentação do Bônus de Eficiência.
“Desconhecemos as razões pelas quais o decreto ainda não foi editado. Este
longo processo precisa ser findado urgentemente, para que a Receita Federal
possa voltar à normalidade. No entanto, o governo federal não nos deu
alternativas e nós decidimos acirrar o movimento de greve dos
Analistas-Tributários e seguiremos firmes até que este processo seja
encerrado”, afirma o presidente do Sindireceita.
Geraldo Seixas destaca ainda que, além do cumprimento do acordo salarial, os
servidores também protestam contra ações que podem inviabilizar o funcionamento
da Receita Federal do Brasil, entre elas a falta de definição em relação às progressões/promoções
dos Analistas-Tributários; a Portaria nº 310/2018, que determina a mudança no
regime de plantão dos ATRFBs; e a morosidade do pagamento de adicionais
noturno/insalubridade/periculosidade. “A Receita Federal, a partir das suas
atividades essenciais e exclusivas de Estado, é um órgão fundamental para o
desenvolvimento do Brasil e para o enfrentamento à atual crise que abala o
nosso país. Essas medidas podem ter como consequência a inviabilização do
funcionamento da Receita Federal, prejudicando não apenas os servidores do
órgão, mas toda a sociedade brasileira”, alerta o líder sindical.
Nos dias 24, 25 e 26 de abril, diversos serviços e atividades ficarão suspensos
nas unidades da Receita Federal em todo o Brasil, entre eles: atendimento aos
contribuintes; emissão de certidões negativas e de regularidade; restituição e
compensação; inscrições e alterações cadastrais; regularização de débitos e
pendências; orientação aos contribuintes; parcelamento de débitos; revisões de
declarações; análise de processos de cobrança; atendimentos a demandas e
respostas a ofícios de outros órgãos, entre outras atividades. Já nas unidades
aduaneiras, os Analistas-Tributários não atuarão na Zona Primária (portos,
aeroportos e postos de fronteira), nos serviços das alfândegas e inspetorias,
como despachos de exportação, verificação de mercadorias, trânsito aduaneiro,
embarque de suprimentos, operações especiais de vigilância e repressão,
verificação física de bagagens, entre outros. “Seguiremos firmes e unidos em
defesa dos nossos direitos. A nossa greve é um instrumento de luta legítimo,
que não prejudicará a atuação em ações fundamentais para o país, como a
Operação Lava-Jato. Nosso movimento será realizado por 72 horas em defesa dos
servidores da Carreira Tributária e Aduaneira, da Receita Federal do Brasil e
da qualidade dos serviços prestados pelo órgão à sociedade”, finaliza Seixas.
FONTE: SINDIRECEITA